Inverno de 1986, areias de Waimea Bay, North Shore, Oahu. Um famoso big
rider chamado Mark Foo, concentrado, observa o turbilhão violento que
massacra a costa. Ao lado dele, muitos surfistas e milhares de
jornalistas e de espectadores esperam ansiosos. A direção do evento
discute sobre a segurança dos competidores, nesta primeira edição de uma
competição emblemática - o Quiksilver in Memory of Eddie Aikau.
Originalmente perigoso, para que tal evento possa acontecer, é necessário um quadro assustador: as ondas precisam ter, no mínimo, 20 pés de altura (6 metros). No mínimo. Não existe jet-sky nem lancha motorizada, e nada pode rebocar o competidor, que precisa entrar no pico remando. À moda antiga. O problema é que, hoje, o mar está realmente bravio. As ondas ultrapassam em muito o mínimo exigido, e as correntes formam redemoinhos. Sem falar no vento, que verga tudo à sua frente.
A discussão segue, pois o grande dia é chegado, mas as condições estão por demais perigosas. Apesar do medo, ninguém quer desistir desse acontecimento épico. O primeiro de todos. E todos nós sabemos o que os patrocinadores pensam - no lucro e na mídia. Mas os surfistas... Esses... querem apenas render homenagens ao legendário ícone maior do Hawaii, desaparecido no mar oito anos antes.
Ao ouvir os populares dizerem que não haverá evento neste ano, Mark, em tom de reflexão, deixa escapar a famosa frase que lhe é creditada: "Eddie would go".
Sim. Eddie "iria"!, é o que todos os demais pensam também. Tal apelo se espalha, como a onda que quebra no coral, e logo todos estão repetindo isso: "Eddie would go"!
A organização da competição, então, decide por prosseguir. Todos sabemos que as motivações dos patrocinadores e diretores são (e sempre foram) a mídia e o lucro. Mas aqueles caras ali, prontos a arriscar suas vidas nas mandíbulas de um titã imensurável, não estão preocupados com isso. O prêmio nem é volumoso. Muitos querem "ser", "se tornar" Eddie Aikau. Outros, querem apenas reverenciá-lo.
Naquele ano, há 29 anos atrás, Clyde Aikau, irmão mais novo de Eddie, venceu a competição. E reverenciou seu irmão. Ele foi o primeiro, como deveria ter sido.
Mark Foo morreria oito anos mais tarde, em um acidente de surf, sob uma onda de apenas 15 pés. Uma morte estúpida, num local não comumente perigoso, mas isso só mostra o quão caprichoso é o imenso Oceano. Mark morreu, mas sua curiosa frase de incentivo, de apoio, de determinação e de coragem - "Eddie would go" - ficou para sempre, percorreu o mundo, como um mantra sagrado, para todos aqueles que desafiam o improvável e o impossível.
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(Minha resenha do último capítulo do livro homônimo à frase referida)
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(Via Facebook em 02/04/2015)
Originalmente perigoso, para que tal evento possa acontecer, é necessário um quadro assustador: as ondas precisam ter, no mínimo, 20 pés de altura (6 metros). No mínimo. Não existe jet-sky nem lancha motorizada, e nada pode rebocar o competidor, que precisa entrar no pico remando. À moda antiga. O problema é que, hoje, o mar está realmente bravio. As ondas ultrapassam em muito o mínimo exigido, e as correntes formam redemoinhos. Sem falar no vento, que verga tudo à sua frente.
A discussão segue, pois o grande dia é chegado, mas as condições estão por demais perigosas. Apesar do medo, ninguém quer desistir desse acontecimento épico. O primeiro de todos. E todos nós sabemos o que os patrocinadores pensam - no lucro e na mídia. Mas os surfistas... Esses... querem apenas render homenagens ao legendário ícone maior do Hawaii, desaparecido no mar oito anos antes.
Ao ouvir os populares dizerem que não haverá evento neste ano, Mark, em tom de reflexão, deixa escapar a famosa frase que lhe é creditada: "Eddie would go".
Sim. Eddie "iria"!, é o que todos os demais pensam também. Tal apelo se espalha, como a onda que quebra no coral, e logo todos estão repetindo isso: "Eddie would go"!
A organização da competição, então, decide por prosseguir. Todos sabemos que as motivações dos patrocinadores e diretores são (e sempre foram) a mídia e o lucro. Mas aqueles caras ali, prontos a arriscar suas vidas nas mandíbulas de um titã imensurável, não estão preocupados com isso. O prêmio nem é volumoso. Muitos querem "ser", "se tornar" Eddie Aikau. Outros, querem apenas reverenciá-lo.
Naquele ano, há 29 anos atrás, Clyde Aikau, irmão mais novo de Eddie, venceu a competição. E reverenciou seu irmão. Ele foi o primeiro, como deveria ter sido.
Mark Foo morreria oito anos mais tarde, em um acidente de surf, sob uma onda de apenas 15 pés. Uma morte estúpida, num local não comumente perigoso, mas isso só mostra o quão caprichoso é o imenso Oceano. Mark morreu, mas sua curiosa frase de incentivo, de apoio, de determinação e de coragem - "Eddie would go" - ficou para sempre, percorreu o mundo, como um mantra sagrado, para todos aqueles que desafiam o improvável e o impossível.
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(Minha resenha do último capítulo do livro homônimo à frase referida)
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(Via Facebook em 02/04/2015)
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