Brasil: O País do Placebo e das Medidas
Paliativo-Aleatórias – Parte II
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Primeiramente...
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Acredite! Aconteceu!
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Hoje, 29/05/2013, de madrugadinha. Vi isso no JA, da RBS, e a seguir, no
Balanço Geral, da Record.
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A Prefeitura de Porto Alegre, na inapta intenção de “melhorar-se” para a
famigerada Copa 2014, e com o apoio das unidades mais “epecializadas” da
Brigada Militar, decidiu desalojar os manifestantes que estavam há vários dias
acampados na praça ao lado da Câmara de Vereadores,
junto à Avenida Edvaldo Pereira Paiva, a Beira-Rio, em Porto Alegre.
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A intenção da Prefeitura da capital é de duplicar esta avenida, como parte do
pacote de “melhorias” previstas para a Copa 2014.
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Até aí, tudo bem. Há, inclusive, uma determinação judicial em favor da retirada
das árvores para a duplicação desta avenida.
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Entretanto (e, neste País, sempre há um entretanto!)...
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A operação mobilizou (além do efetivo da Prefeitura para o corte das árvores)
200 elementos da Brigada Militar para proceder a retirada dos manifestantes.
Havia ali pessoal efetivo do BOE, do GATE, Cavalaria da BM, Corpo de Bombeiros,
e sabe Deus o que mais!
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Senhores, pensem! Para se retirar um grupo pacífico,
de manifestantes pacíficos, de um
determinado local, era mesmo necessário recorrer a grupos considerados como a
“nata”, “a elite”, da polícia militar gaúcha? Era necessário tirar 200
policiais militares de seus afazeres para revistar e humilhar apenas 27
protestantes pacíficos?
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A Brigada Militar diria que sim. E é compreensível (já fui militar, e sei que o
objetivo maior seria o de garantir a retirada pacífica, acima de tudo. Para
isso, um efetivo maior seria uma garantia).
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Contudo...
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A brincadeira (extremamente sem graça) resultou uma imagem negativa, tanto para
a Brigada Militar, como para a Prefeitura de Porto Alegre (E para o RS, e para
o Brasil em geral).
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Enquanto este enorme efetivo de policiais “garantia” a ordem na retirada dos
manifestantes pacíficos dali, acolá,
em outra parte da cidade, uma lancheria estava sendo assaltada, e seus
funcionários e freqüentadores sendo aterrorizados, por gente que não foi revistada
nem humilhada pela polícia, mas que, além disso, ostentava armas muito mais
eficazes do que “as que foram encontradas” com os protestantes da praça (paus e
pedras! E uma ou outra faca de pão!).
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http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/noticia/2013/05/policia-da-inicio-a-retirada-de-manifestantes-que-ocupam-praca-em-porto-alegre-4153201.html
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(Vide também programa Balanço
Geral, da Rede Record de Televisão, de 29/05/2013.)
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Isso mesmo!
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Enquanto em uma ou mais partes da cidade o crime corria solto, ali, na praça da
Câmara de Vereadores, junto à Avenida
Edvaldo Pereira Paiva, em
Porto Alegre, pessoas bem intencionadas e pacíficas eram
democraticamente coagidas e humilhadas pela força do Estado. Este mesmo Estado
que insiste em não punir quem merece, mas que pune impiedosamente quem luta por
algo justo. Um Estado que não mexe um dedo pra resolver os problemas internos,
mas que faz questão de mostrar ao mundo a grandiosidade do pouco que faz. Um
Estado bem Brasil mesmo. A Copa é importante. A Saúde e a Segurança são acessórias.
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Haverá quem critique o que eu disse aqui. Nem será a polícia ou o governo,
posto que para eles não sou nada. Serão, sim, os alienados, alguns pobres de
direita que sempre gostam de meter a opinião formada e intelectual-capitalista
em tudo, inclusive no que não entendem.
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Haverá aqueles que, a exemplo da justa tentativa do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) de criar a lei
Gabriela Leite, encontrarão defeitos medíocres e empecilhos estapafúrdios,
baseados em opiniões falso-moralistas, e completamente não embasadas em nada.
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Segundamente...
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A proposta da Lei Gabriela Leite garantiria os direitos mais básicos de um
segmento da sociedade que existe e
que sempre vai existir, não importa
o quanto lutem os moralistas de plantão. Este é outro exemplo do atraso moral,
social e mental dos brasileiros. Mas o que mais me deixou puto foi o que vi no
espaço destinado aos comentários: dezenas e mais dezenas de idiotas imbecis
dando palpite furado na questão. Um monte de babacas dizendo asneiras do tipo:
“Mas essa lei vai incentivar cada vez mais a prostituição!”, ou: “Essa lei vai
fazer com que minha filha queira ser prostituta”; sem contar outras
imbecilidades do tipo: “E quem vai querer ter na carteira profissional a
palavra ‘prostituta’?”, ou ainda: “Por que não se preocupam com o que realmente
importa - o desenvolvimento do País?”!!! Dava ânsia de vômito ler aquelas
merdas, e pior: sem poder opinar! Veja porquê.
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Terceiramente...
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Li a matéria sobre a proposta desta lei (Lei Gabriela Leite) no Yahoo. Aquele
lixo de empresa que é a Yahoo permite que pessoas se ofendam mutuamente, que
pessoas expressem opiniões que ferem os direitos humanos etc... Mas, hipócritas
que são seus moderadores, você precisa tão somente desmerecer seus entes
canônicos para ser execrado para sempre. No meu caso, foi criticar o
protecionismo e a babaquice com que tratam seu “time queridinho”, o qual nem
vou citar, pois todos no Brasil sabem qual é. Na verdade, eu acabei tecendo
comentários que “ofendem” a honra do tal time, mas que não ultrapassavam em
nada os limites da verdade. Aí, meus amigos, os moderadores foram rápidos: a
partir dali eu jamais pude publicar outro comentário com minha conta, pois
sempre que o faço, sou deletado no mesmo minuto. E não importa se critico ou
elogio, ou apenas digo “Oi”... Basta estar logado com minha conta! Banido pra
sempre! Enquanto outros fazem comentários pesados e que poderiam mesmo ser
considerados bulling. Deixemos esse
lixo de empresa de lado (Sim, lixo! Não importa se foi apenas um fragmento da
empresa que errou: os moderadores são seus representantes, e respondem por esta.
Se um moderador é um lixo, a empresa será também um lixo!).
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Por fim...
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O Brasil está perdido. Para sempre.
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Eu não acredito neste País. Eu não acredito neste povo. Somos uma Nação de conformados,
de derrotados, de iludidos, de preguiçosos. E, sim, eu me incluo nesta lista.
Posso não ser um exemplo de comportamento moral ou de consciência social... Não
sou! Eu não faço sequer uma parte do que dizem que eu poderia fazer para
melhorar este País. Não faço! Por que o faria? O que eu ganharia com isso?
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Estão chocados e indignados? Apenas porque falei a verdade? Acreditem, a maior
parte da população pensa assim! Exatamente assim! Apenas não falam... Não
admitem diante da TV.
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Este País não vai pra frente do jeito que está. Esta Nação não vai ser um
modelo de qualidade de vida enquanto seus habitantes deixarem “para os outros”
a resolução de seus problemas. A gente vive numa terra onde as coisas mais
estúpidas acontecem simplesmente por inépcia de quem deveria ser apto e exerce
uma função que exige certa responsabilidade. Vivemos na terra do faz de conta,
do imediatismo, do “jeitinho”... Aqui, somente depois que uma boate incendiou e
matou 200 jovens, começou-se a pensar no que se poderia ter feito para evitar
isso. Apenas depois do ocorrido! Daí, começa-se a cobrar este e aquele setor da
sociedade, da administração pública, da segurança etc... Começa o jogo de
empurra-empurra, no qual, sempre, os culpados se safam e os meio-culpados mais
pobres pagam. É a teoria dos três P, que lega ao pobre, ao preto e à puta a
punição pelas mazelas da sociedade, e que garante que sempre os mesmos administradores
e legisladores herdarão o poder. Uma terra sem lei, mas com excesso de “leis”.
Uma terra onde a quantidade de leis garante o sucesso do legislador, mas onde
nenhuma destas é respeitada pelo seu povo (Também, pudera! Há mais legislação
no Brasil que malandros para burlá-la). Somos uma terra de aproveitadores, de especuladores...
Aqui, para tudo, se tomam medidas placebo, provisórias, paliativas e
aleatórias... tudo é feito nas coxas, e com intenções escusas. Uns 40 delegados
pra investigar um incêndio que deu mídia, mas quantos pra fazer o que é
corriqueiro? Quem precisa trabalhar duro no serviço braçal, nem poderia... e
quem administra e controla tudo, também não o poderia. Aqui, 200 policiais se
mobilizam para retirar um grupo de 27 manifestantes pacíficos, que tentam salvar algumas árvores... enquanto não sobra
nenhum pra impedir que um ex marido louco e insano mate a ex esposa na frente
dos filhos, mesmo depois de trezentas ameaças abertas. Um País onde o discurso
do governo e dos setores da comunicação (TV e outros) enaltece as pacíficas
Ongs e seus “produtivos” “protestos pela paz”, mas que jogam na marginalidade e
na cela o pai de família que não entrega sua arma ao governo autoritário,
porque deseja proteger sua família do crime praticado por entes os quais as
autoridades protegem.
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Senhores, isto é Brasil! Esta é a sua terra, orgulhe-se!
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HUMBERTO OHLWEILER AYRES
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