sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sensacionalismo Preconceituoso

Gente, na boa...
Vamos parar com isso de "Taxistas espancam motorista do Uber".
Primeiramente: brigadianos, metalúrgicos, vendedores, massagistas, políticos, atores e juízes espancam pessoas. Sim! Todos somos humanos. Pra ser justo, ou pra cometer um crime, basta ser humano. Por isso, NÃO FORAM TAXISTAS QUE ESPANCARAM O CARA. MAS DOIS CRIMINOSOS QUE TRABALHAM COMO TAXISTAS.
Quando um PM espanca alguém injustamente, ou comete outro delito (e são muitos!), NINGUÉM VAI PRA TV DIZER QUE A BRIGADA MILITAR FEZ ISSO OU AQUILO. Sempre se friza que UM, ou DOIS PMs fizeram... No caso de catadores acontece como neste caso: "fulano é assaltado/morto/violentado por catadores". Isto é preconceito.
Conheço um bando de taxistas que trabalham como escravos, que reclamam do Uber, MAS QUE NÃO FEREM NINGUÉM! E é injusto para com estes o tratamento que a imprensa, e que VOCÊS também estão dando ao caso.
Portanto, CRIMINOSOS espancaram um motorista do Uber. E não "OS TAXISTAS", indiscriminadamente...

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra, infelizmente, é um apelo de justiça, e não uma simples data comemorativa (como deveria ser em um mundo ideal).
Fazia tempo que queria escrever sobre isso, mas andei protelando. De repente, a data surge, como que dizendo: "Vai, diz o que pensa!"
Pra começar, odeio os termos usados oficialmente pelo governo para definir "raças". Tanto nos formulários do IBGE quanto nos diversos âmbitos do governo federal (Assistência Social, Saúde, etc...), nos deparamos com termos infelizes como "raça branca", "raça preta" e "raça amarela". Ou simplesmente "branco", "preto" e "amarelo" (com excessão de "indígena", que considero válida).
Gente, pra mim, BRANCO é o LEITE, PRETO é o PETRÓLEO, e AMARELO é o SORVETE DE BAUNILHA. E NINGUÉM - REPITO - NINGUÉM TEM ESSAS CORES! PELAMOR!!!
Os termos corretos (e jamais desistirei de clamar isto) seriam: NEGRO, CLARO, ORIENTAL. Pronto! Só isso. Custa?!
Outra coisa...
Hoje, na RBS, não sei o que tentaram fazer, mas não gostei.
Aquela cena do retardado xingando a mulher que tava sendo entrevistada nada parecia ter de "racismo", já que o REPÓRTER TAMBÉM É NEGRO, e NÃO FOI XINGADO... Aquilo parecia mais uma pendenga pessoal entre o pobre diabo e a moça do que um ataque racista. Bem, a RBS parece ter transformado (oportunistamente) o fato em audiência!
Mas deixemos a RBS de lado, e voltemos ao tema...
* * * *
Eu, pessoalmente, tenho aqui três pontos de vista sobre o assunto. Três! Um para oferecer aos ateus e céticos. Um para oferecer aos religiosos de qualquer linha religiosa. E outro profundamente pessoal, baseado em minha crença.
Já testemunhei racismo. De vários tipos. Tem o racismo de ódio, em que o intolerante odeia a raça, e crê que todos pertencentes a ela são indignos de confiança ou de respeito. Tem o racismo impregnado, aquele que pode até mesmo partir de uma pessoa que seja contra o racismo, mas que em algum momento extravasa pensamentos adquiridos de familiares, vizinhos ou colegas de trabalho. Tem aquele racismo que nasce do "coitadismo", que acha que uma determinada raça não pode vencer por si só, sem a ajuda dos "entendidos" da raça "superior". Enfim, há milhares de racismos, e nem todos partem de gente extremista, ligados ao ódio.
Bem, então, vou agora tratar do racismo direcionando a públicos específicos.
* * * *
1) Para os ateus e crentes do Evolucionismo:
Somos todos da espécie humana (gênero Homo). Somos formados por células e nossas funções orgânicas são perfeitamente idênticas. Temos uma pele sensível (e não um exoesqueleto), que é diretamente afetada pela luz solar.
A Terra (planeta) apresenta climas diversos, com maior ou menor exposição à luz solar. Portanto, quem mora na linha do Equador e nos trópicos, principalmente em terras áridas, tende a tomar mais luz solar do que aquelas pessoas que vivem próximas aos polos, nos limites da Terra.
Nossos corpos, perfeitos que são, se adaptam às necessidades e aos ambientes.
A pele, orgânica que é, reage, e responde com maior ou menor proteção contra o sol, conforme a necessidade.
As mesmas pessoas, os mesmos seres humanos, organismos com os mesmos genes, separam-se apenas geograficamente, e o milagre acontece.
Aquelas pessoas que permaneceram nas savanas da África, por milênios e milênios, pela necessidade, se adaptaram organicamente, e suas peles desenvolveram mais melanina do que outras necessitavam.
Já aqueles seres que migraram para as estepes e tundras, pela falta de sol e pouca exposição (devido ao frio extremo), não necessitavam desta melanina. Por isso, a perderam no decorrer da evolução.
Quer dizer: somos os mesmos, separados apenas pelo tempo e pela geografia. Por isso, quando um "branco" discrimina um "negro", está discriminando a si próprio, aos seus antepassados e à sua espécie.
BURRO isso, não?!
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2) Para os criacionistas, que acreditam em deus(es):
Deus(a) criou os negros e as negras. Ponto.
Zombar da criação deveria ser pecado, não?
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3) Minha própria visão:
Embora eu me valha de algumas culturas ritualísticas ocultistas, por identificação, eu me considero mais espírita. E nós cremos, tanto espíritas quanto magos, com absoluta certeza, na Lei da Reencarnação.
Todos nós já fomos e talvez voltemos a ser negros. Todos já fomos e talvez ainda voltemos a ser caucasianos. Todos já fomos e seremos de várias etnias, cores, países e crenças. Portanto, pensar que alguém é menos por sua cultura ou cor de pele deve ser algo simplesmente impensável para nós. Para todos!
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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

UBER x EPTC

Sobre a "invasão" do UBER em Porto Alegre...
Até dias atrás, eu nem imaginava o que era isso. Hoje vi na TV.
De um lado, os taxistas temem a concorrência. De outro, uma alternativa ao sistema atual...
A empresa, que já atua em 4 capitais brasileiras, chegou a Porto Alegre. Seu representante afirma que, apesar de "não regulamentado", o serviço não é ilegal.
A EPTC afirma que o serviço é irregular, e que vai multar e guinchar os carros.
A briga parece aquela eterna disputa entre Correios e Transportadoras de volumes (A ECT tem monopólio sobre "serviços de remessa e entrega", mas algumas transportadoras "entregam" bens comprados via internete).
Bom, vamos por partes: Isso (UBER) é um serviço. Portanto, está sujeito ao recolhimento de ISS. A empresa pode ser de fora, mas atuará em Porto Alegre. Salvo casos especiais (não é o caso), o ISS é retido NA FONTE, o que quer dizer que deve ser recolhido em PORTO ALEGRE.
A empresa já tem Alvará? Ela recolherá o ISS da forma correta?
Por um lado, a EPTC parece estar seguindo a cartilha, e quer que a atividade seja regulamentada antes. A empresa alega que não há lei que impeça o serviço de ser regulamentado. Os taxistas não querem que seja regulamentado. E o impasse segue...
Bom, chego à minha própria conclusão:
1) Dane-se EPTC! Vcs querem mostrar competência agora, mas deixam muitos furos todos os dias;
2) A Uber? Não sou contra nem a favor: muito antes pelo contrário! (Frase roubada de L. A. F.)

* * * *

LEI COMPLEMENTAR Nº 116, DE 31 DE JULHO DE 2003
Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.
[...]
§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.
Art. 3o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local:
[..]
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;
Item 16.01 – Serviços de transporte de natureza municipal.



terça-feira, 17 de novembro de 2015

Vergonha Máxima

Ainda lembro com sobeja vergonha alheia um episódio que, não fosse o extremo da ignorância, seria o ápice do louvor a Pã... Ocorreu na época da controversa queda das Torres Gêmeas, lá em 2001...
Imaginem a cena, que oscila entre dois limites mega opostos, e fiquem estupefatos também: um indiano vestido a caráter, com turbante e tudo (sim, turbante, que é coisa de indiano; árabe usa MURBAN) entra em um avião. Adivinha onde? Ah! Lógico que é São Paulo, onde mais seria? Ele senta e espera a decolagem.
Aí, do nada, algumas pessoas, naturalmente incomodadas pelo "medo" crescente do "terrorismo", na ondinha do "alerta ocidental", entram em pânico, e promovem o maior banzé dentro do avião. Resultado: o aparelho é esvaziado, a polícia federal é chamada, e o pobre indiano, confundido com um árabe, PORQUE ESTAVA COM UM TURBANTE (ah! tudo a ver, né?!), perde o vôo e tem sua vida atrasada.
Segundo os energúmenos que o denunciaram, ele "poderia ser" um perigosíssimo terrorista, com a quele "turbante" árabe (que não era um murban)! Por isso a "culpa" foi dele, e só dele!
Cara, quase morri de vergonha alheia. Naquele dia eu gostaria de me mudar daqui pra sempre, e nunca mais sequer mencionar minha origem.
Naquele dia, só consegui balbuciar três coisas com o pensamento:
1) Tinha que ser em São Paulo, lógico, afinal, EM QUE OUTRA PARTE DO BRASIL EXISTE ESSA MEGALOMANIA E TAMANHA SUPERAUTOESTIMA???
2) POR QUAL RAIOS DE MOTIVOS ALGUÉM FARIA UM ATENTADO NO BRASIL?!!! O QUE ESTA MERDA TEM DE ESTRATÉGICO DO PONTO DE VISTA POLÍTICO??? UM NADA COMO O BRASIL não seria nem de longe um alvo interessante... E
3) Essa gente precisa URGENTEMENTE voltar pra escola, e aprender coisinhas simples, como OUTRAS CULTURAS (o que nos diferenciaria imensamente dos americanos, por exemplo!)...
Gente, até hoje eu baixo a cabeça quando me lembro daquele episódio ridículo... Emoticon tongue

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Dia de Finados

Aproveitando o dia de hoje, vou tecer um breve comentário sobre o que penso da morte e do culto aos mortos.
Vejo amigos compartilhando idéias variadas sobre a morte.
Enquanto alguns compartilham mensagens de saudade ou de lembrança, outros tantos consideram essa tradição sob um ponto de vista crítico. O argumento para tal seria a hipocrisia de alguns que não valorizam as pessoas ao seu redor, mas que cumprem à risca o ritual de levar uma flor para o ente desencarnado. Ok, entendo esse ponto de vista. Porém, nada pode ser generalizado.
Eu próprio não vejo necessidade de visitar cemitérios com essa finalidade.
Eu mesmo não ligo se meu corpo apodrecer numa floresta, numa vala ou no mar (ah, que beleza!).
Contudo, vivemos em uma sociedade em que os mortos são cultuados, tanto por seus descendentes diretos, quanto pela coletividade em geral (há linhas religiosas que oram por todas as almas).
Para mim, especificamente, o corpo é uma roupa, uma armadura temporária. A essência inteligente - o espírito - alcança outras searas na sua evolução.
Mas há pessoas que supervalorizam essa tradição religiosa de cultuar os mortos. E esse direito sagrado deve ser assegurado pelo simples fato de ser um Direito!
E explico porquê:
Assim como as crianças avançam da fase material, na qual elas precisam da materialidade para vivenciar algo, para a fase subjetiva, quando elas já conseguem construir mentalmente uma concepção, a humanidade parece seguir na mesma linha.
Algumas pessoas precisam ter essa "materialidade" (o corpo de seu ente) naquele lugar para que se sintam próximas novamente. Quer seja pela tradição, quer seja pela crença propriamente, não importa: elas ainda precisam disso, e talvez se sentissem perdidas se não pudessem ter essa "proximidade".
Para mim, é indiferente. Para mim, meu pai deixou o corpo ainda no hospital, e sequer passou perto da capela funerária, o que me desobrigou de estar ali. Com minha tia-madrinha foi a mesma coisa. Eu os vejo em outras instâncias, em outra situação. Mas preciso respeitar quem pensa diferente. Todos precisamos.
Por isso, antes de bater com a régua nos dedos de quem merece (e de quem não merece!), reflita sobre isso.