quarta-feira, 24 de junho de 2020

Dublagem brasileira...

Hoje vi o filme A Menina que Roubava Livros. O filme é bom, e o livro deve ser muito melhor.
Mas...
As empresas que fazem as dublagens no Brasil são muito muito muito INCOMPETENTES.
O filme é ALEMÃO! As pronúncias dos nomes dos personagens na dublagem eram pronúncias usadas para nomes em filmes americanos! Flexões que se usam nos USA...
Não foi o primeiro filme alemão (ou francês, ou russo) em que percebo essa ENORME FALHA.
Claro que a população em geral não tem obrigação de saber isso, MAS UMA EMPRESA DE DUBLAGEM TEM!
Cansei de ver filmes sobre romanos ou gregos em que além do figurino medieval, ainda tem soldado chamando patrícias de "Milêide" e superiores de "Milorde"... A Inglaterra da idade média, infelizmente, já é parâmetro pra tudo nesses filmes hollywoodianos que se dizem "históricos", aí vem a dublagem tupiniquim pra piorar ainda mais tudo...

quarta-feira, 17 de junho de 2020

O que eu penso sobre o ensino remoto...

Hoje faz 65 milhões de anos que eu não escrevo um texto grande aqui no FB. Não escrevo por diversas razões. Primeiramente, porque não adianta. Ninguém lê. E não estou falando apenas do gado autômato... falo dos próprios intelectuais e pensadores hodiernos, cada vez mais apressados, cada vez mais desencantados, e que sabem que por mais que concordem, no máximo irão gritar comigo no deserto. Para ninguém. Segundamente, eu estou cansado, desencantado, quase jogado nas cordas empunhando a bandeira do f***-se. Terceiramente, não sou cronista, sou romancista e poeta, mas não cronista. Não quero. Mesmo assim, acho necessário explicar NOVAMENTE minha posição sobre o tema título. NOVAMENTE, pois que grito isso aos sete ventos desde o início entre meus pares. Vamos ao texto:
O ensino remoto durante a pandemia FUNCIONA??? É uma pergunta, não uma afirmação. Bem, eu posso dizer que sim e que não. Posso dizer que não sou contra nem a favor, muito antes pelo contrário! Há pontos positivos e pontos negativos. Por isso se diz que estamos em uma crise. Se fosse fácil, seria Mumú!
A parte positiva do ensino remoto é que MUITOS ALUNOS têm a oportunidade de não interromper totalmente sua aprendizagem, e os mais favorecidos E dedicados não terão desperdiçado tanto de seu tempo.
A parte negativa, como todos sabem, é a abrangência. Nem todos os alunos conseguirão acompanhar as aulas, MESMO QUE DISPONHAM DA TECNOLOGIA para isso. E as razões podem ser muitas.
Vamos explorar mais as dificuldades que causam a INOPERÂNCIA e a INEFICÁCIA do sistema de ensino remoto: muitos professores, mas muitos mesmo, insistem na ideia de que "todo aluno, por mais humilde que seja, tem acesso a pelo menos um telefone celular". Essa é uma ideia muito comum no nosso meio, INFELIZMENTE. "Ain, mas hoje em dia todo mundo tem um celular"; "Ain, tenho alunos que moram praticamente na rua, e têm I-Phone 20", e tantas outras "justificativas" parecidas a gente escuta por aí.
Imaginemos que sim, que todos, por uma coincidência, tenham aparelhos, ou conheçam alguém próximo que tenha. Imaginemos que consigam acessar o equipamento, por empréstimo, que seja. Os defensores do "todo mundo têm" não levam em conta fatores como: acesso a sinal de rede internete; disponibilidade do aparelho (no caso de ser emprestado) nos horários em que precisará; relações familiares que incentivem o aluno a utilizar o equipamento; autoincentivo do aluno a realizar as tarefas de forma solitária, pois nem todos terão alguém cobrando em sua casa; questões familiares outras, que tirem do aluno a atenção necessária para a realização dos trabalhos; problemas financeiros causados pela pandemia e doenças na família, que comprometem a atenção e o rendimento dos alunos.
Professores auxiliam, mas NÃO ESTÃO PRESENTES. Professores se desdobram, mas NÃO FAZEM MILAGRES. E aqueles alunos que têm mais dificuldades? Plano específicos ajudam, mas não resolvem. Temática voltada ao nível de cada um já é praticada desde a sala de aula, e já é difícil olhando nos olhos da criança, imagina à distância! Podemos fazer o máximo, mas não podemos fazer chover.
Bom, se eu penso assim, então eu não acredito no sistema de ensino remoto? Então eu acho que deveria não ser utilizado? Não é bem assim. Há uma outra face nesse todo. Vejamos as vantagens desse ensino à distância mais a fundo.
SE nem todos os alunos têm acesso a essa ferramenta, pelo menos ALGUNS têm. É justo? Não. Justo seria se TODOS TIVESSEM. Justo seria se todos os alunos pudessem acessar professor, matéria, atividades e tudo o mais que precisassem, como se na escola estivessem. Mas, por enquanto, INFELIZMENTE, É O MELHOR QUE TEMOS. Porque sabemos que não é o momento para a retomada das aulas presenciais. Não é o momento! E não vou perder tempo explicando o grau elevado de contaminação que uma escola oferece, e não vou mencionar o risco aos familiares de alunos e equipe escolar. Basta entender que o próprio governo assim determinou, pensando no melhor, apesar de tudo.
Então, se não é bom mas também não é ruim, é o quê? É o que temos! NEM TODOS serão beneficiados, e vocês podem até retrucar, mas eu bato o pé e digo - afirmo - que NEM TODOS SERÃO BENEFICIADOS! ALGUNS FICARÃO SIM DE FORA. Mas antes alguns tendo a chance, do que ninguém.
NÃO É JUSTO! Não, não é justo. Nem um pouco. Mas se pensarmos de forma prática e desapegada, saberemos que é melhor ajudar a alguns do que a ninguém. Não é só para merecer ou não merecer salário. Não é só para mostrar serviço. É missão. É tentativa. Queremos o melhor para todos, sabendo que não será bom para todos. Mas antes tentar do que assistir passivamente sem lutar.
A Educação, a meu ver, faliu. É uma peteca que já caiu faz tempo. Neste país um professor tem inimigos poderosos. A boa Educação tem inimigos poderosos. E nem estou falando do idiota que é presidente, nem de seus lambedores bovinos. Falo do sistema educacional viciado que impera, do sistema de falácias e hipocrisias que se perpetua. Falo dos professores que no discurso bonitinho e nos memes da internete enaltecem Paulo Freire, mas em sala de aula agem como Mussolini, donos absolutos da razão e da verdade suprema. Falo dos professores que, ganhando um cargo em secretaria SE ESQUECEM que um dia estiveram em sala de aula, e iniciam uma luta ferrenha contra seus pares que ainda exercem a velha tarefa. Seguros de sua "superioridade pedagógica" e de seu "vasto saber", viajam nos discursos E COBRANÇAS aquém da realidade, talvez para mostrar domínio, talvez apenas para simular competência para seus superiores. Sim, são cargos políticos, não ideológicos nem tão profissionais assim como se parecem. Ministério, secretarias estaduais e municipais são, diferentemente do que deveriam, cabides que servem como prêmio para "bons serviços políticos", e não pedagógicos ou educacionais.
E justamente por isso, não podemos confiar plenamente nas decisões superiores da classe, mas devemos analisar e refletir dia após dia nas tarefas e atitudes a serem tomadas. Mas, se a Educação caiu, ruiu, então por que insistir? Porque é missão.
Eu não ligo para a Educação como instituição. Não ligo mesmo. Eu não ligo para o meu município, nem para o meu Estado, nem para o País. Eu não ligo para o trabalho em si. A única coisa que me faz levantar e preparar uma boa aula, e a me dispor a atender alunos e pais (ainda que nenhum tenha me procurado) é o futuro dessas criaturinhas com quem convivi um tempo. Não é Secretaria, não é Prefeito, não são meus superiores que me movem a trabalhar ainda. Se ainda estou nesta profissão ingrata, não é por dinheiro, por falta de opção ou por quem deveria te dar suporte e guardar as tuas costas invés de te esfaquear por trás; se estou ainda nesta profissão - o que não será por muito tempo - é por aqueles rostinhos de quem aprendi a gostar e a quem quero o melhor.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Idiotice e Maldição de Cassandra

Vejo gente por aí dizendo que "Bozo tem razão", que isolamento "vertical funciona", que "múuuuuhhhh"...
Fico pensando o que se passará na mente desses seres quando os corpos forem tantos que nem chegarão ao IML; quando faltarem covas para enterrar tanta gente; quando virem seus familiares se despedindo por uma câmera de celular.
Nós morrermos do vírus.
Esses morrerão de câncer. Não, não estou desejando de jeito algum.
É a Lei Universal: quem odeia, quem vive pela raiva e pelo egoísmo, quem vibra estupidez já é portador de um câncer espiritual. Mais tarde, isso se refletirá no corpo, e ninguém precisará rogar praga pra isso.

* * * *

Casandra foi, na mitologia, uma das troianas escravizadas pelos reis gregos. Ela era vidente, mas recebeu uma maldição: ninguém - jamais - acreditaria em suas previsões.
Cassandra previu várias tragédias e assistiu impotente a cada uma delas.
Ela previu que as pessoas não acreditariam no isolamento social; previu que essas pessoas continuariam a sair e se relacionar abertamente com outras; que essas pessoas não teriam muitos cuidados e acabariam propagando a peste mundialmente em 2020.
Cassandra previu que várias das pessoas que eram obrigadas a trabalhar repassariam os vírus para seus familiares e vizinhos.
Previu que os patrões não aceitariam uma quarentena sem retaliações de toda a espécie.
Previu que líderes fracos e estúpidos ordenariam que o país voltasse a funcionar para gerar riquezas.
Previu que nenhum ser humano jamais aprenderia com os erros dos antepassados, nem mesmo dos vizinhos.
Ela previu pessoas acreditando que o vírus estava enfraquecendo naquele fim de outono, e que as pessoas voltariam à vida normal em pleno início do inverno.
Previu que muitas das possíveis vítimas lutariam ferrenhamente pelo direito de morrer e matar aos montes.
Previu pilhas de corpos acumulando-se em igrejas, ginásios, praças, calçadas... Tantos que eram enterrados em valas comuns, sem sequer identificação.
E ela previu mais: após toda essa desgraça, ela previu que após o enfraquecimento daquele vírus de 2020, somente 20 anos depois, em 2040, outra desgraça viral voltaria a varrer a vida humana do planeta.
E novamente, nações não saberiam o que fazer, vidas se perderiam, porque o ser humano simplesmente não é capaz de olhar para o passado e aprender com seus erros.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Extremismos

Andar pela Esquerda faz com que se avance mais rápido. Te permite converter para a esquerda livremente quando houver oportunidade.
Andar pela Direita faz com que se avance mais lentamente, com muitos limites e frenagens, mas também te leva ao destino.
Andar pelo Centro é como se estar preso, uma hora vai ter que converter para algum dos lados.
O problema do nosso país é que as pessoas estão avançando os extremos.
Quando se vai demais pela Esquerda se invade a contramão, e uma hora se vai bater.
Quando se vai demais pela Direita, se invade a calçada, e pedestres inocentes se machucarão.
Ambos os extremos são violentos e fadados ao desastre.
Até o Centro não pode ser extremo, senão ninguém chega a lugar algum.
O meu caminho sempre foi pela Esquerda, mas não pela Esquerda suicida.
A Direita de hoje, do Bozo, de vocês, é uma Direita irresponsável, embriagada, inconsequente, que atropela postes e pedestres, e que não demorará a terminar em algum muro.