quarta-feira, 17 de março de 2021

Diários da Pandemia II

 My Daily Routine - Diário da Pandemia

Até há um mês atrás, eu fazia compras em vários lugares. Sempre preferi os mercados maiores, com mais espaço, como o Atacadão da Sertório. Apesar de muito frequentados, o espaço amplo nos ajuda a ficar longe das pessoas.

A mãe fez um bom número de (24) máscaras de tecido, duplas e confortáveis, em maio.

Adquiri também uma caixa de máscaras N95 e luvas de borracha, e usava um aparato complexo para fazer compras de março a setembro do ano passado. Ia sozinho, e tentava não demorar.

Em casa, perdia duas horas higienizando tudo, e gastava uma garrafa de álcool 70 por dia de compras.

Quando começou a esquentar o tempo, a mãe começou a querer ir junto, o que complicou o processo. Íamos nós, e comprávamos o necessário. Eu sempre pegava a mais, para estocar. Ela, sempre ponderando, dizia para não acumular nada porque estragaria.

Quando chegávamos em casa, eu abria a porta, pegava no cantinho um borrifador cheio com álcool 70, e higienizava as mãos e os calçados dela, e ela ia direto para o banho, sem tocar em nada no caminho. Eu higienizava o carro, as portas, o portão, o caminho e após compra por compra; e depois tomava também meu banho, lavando o que pudesse ser lavado com sabão das compras.

Sempre levei muito a sério, e jamais guardei roupas ou o que fosse para o outro dia. Cada saída, um banho completo com roupas de molho no sabão por 24hs.

Achávamos que 2021 seria diferente, com as várias vacinas já às nossas portas. Entretanto, a situação é esta aí que temos.

Desde o começo desse mês, a mãe não vai mais comigo. Eu só saio quando falta o básico, e uso DUAS máscaras (uma de tecido duplo e uma N95 por cima). Procuro ir nos locais mais próximos e vazios, e pago mais caro por isso. Felizmente, estamos podendo ainda.

Chegando em casa, deixo as sacolas no meio da área, e pego o borrifador cheio. Primeiro, higienizo o portão, os cadeados, chaves, o caminho até a área, meu celular e a carteira (que fica encharcada de álcool). Depois sento num banquinho, e borrifo generosamente (até escorrer) cada peça de compra, cada item, cada objeto que possa molhar. Caixas de leite (papelão), passo duas demãos de álcool, até ficar molhada. Embalagens de bolacha ou feijão, cuido para que as bordas fiquem molhadas de álcool. Carnes (eu não curto, mas a mãe não dispensa), eu também dou duas demãos de álcool, pois a primeira é anulada pelo gelo que derrete.

Frutas e legumes eu deixo de molho em água sanitária diluída pro uns minutos e após lavo na banheira, com sabão mesmo. Folhosas, eu deixo 20 minutos de molho em água sanitária diluída, e após mais 20 em água pura.

Não fica uma maçaneta ou suporte de toalha sem higienizar.

Gasto o triplo de água sanitária que gastava antes da Pandemia, e o dobro do álcool que gastava no pico da Pandemia do ano passado.

Cansativo, né?

Mas é o preço da vida.

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