quarta-feira, 23 de junho de 2021

Crônicas Hodiernas I

Jogo um jogo online em que humanos "sobreviventes" enfrentam uma mega fauna (dinossauros e animais pré-históricos de vários períodos).

Certa noite vi uma cena peculiar: um casal de espinossauros territorialistas e em frenesi toparam com um casal de tiranossauros-rex.

Os espinossauros estavam matando tudo quanto era herbívoro que aparecia na frente. Os t-rex também.

Quando esses dois casais se encontraram eu esperava uma briga histórica!

Mas, qual nada... Tanto os espinos quanto os t-res continuaram matando herbívoros ao redor, se esbarrando, mas sem se agredirem entre si.

Onde foi parar o territorialismo dos espinos?! E onde foi parar a supremacia real dos t-rex?!

Como parte da história do jogo, teriam antigos visitantes observado isso: os carnívoros de mesmo porte não se atacam, a não ser que algum deles seja domado e pertença a um humano.


Isso não lembra muito da vida real?

O valentão que só bate nos mais fracos. Que só bate na mulher em casa. Que grita alto com quem sabe que é de boa. E, quando encontra um igual, só falta oferecer o esfíncter um ao outro...


Tem muita gente assim nesse país. A maioria esmagadora da direita é assim. Eu conheço vários pessoalmente, com quem convivo. Tem tipos assim inclusive usando uniformes que deveriam nos trazer certa segurança...


A esquerda, por outro lado, gosta de exibir e elogiar um herói-bandido! Como se a "luta" de um criminoso assassino dita "contra o sistema" o eximisse da barbárie cometida. Exaltam um fugitivo que ninguém pega apenas para esculachar a INCOMPETÊNCIA (ou será cumplicidade?) do Estado...


Nesse mesmo país, profissionais da saúde são tratados como heróis na televisão, enquanto que no seu dia a dia são ofendidos, cobrados, exigidos, esfolados vivos...


Aqui, professor é tratado como bandido por quem alega que a Educação é serviço essencial! Governo e entes políticos de gestão apresentam soluções "milagrosas", mas não sabem como fazer na prática, e jogam no colo da parte mais baixa do parafuso. Querem aumentar horas letivas, dias letivos; querem exigir resultados positivos; querem que os professores, que deveriam apenas entrar em sala e ensinar, dêem conta de burocracias e mais burocracias estafantes.


E, se reclamar, vem vinte ou trinta com aquele discursinho "ain, tem que ter o dom... tem que amar o que faz... mimimi..."

Infelizmente, a grande maioria compra essas idiotices estapafúrdias, e se recolhe em sua concha, aceitando tudo, "amando o que está fazendo", enquanto tal amor se esvai no decorrer dos anos e, por fim, começa a odiar a tudo e a todos amargamente.


Ser profissional de qualquer área nesse país é dose...


Mas ser professor... no braZiu... é como ser uma viúva solitária na Europa medieval. Ou ser mouro em terras ibéricas no tempo de Torquemada.


Ou a Inquisição te pega, ou a Inquisição te pega.

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