sexta-feira, 8 de julho de 2016

Hino Ovacional Rapineiro

I
Puniram no Alvorada as mentes flácidas
De um povo inóquo, inapto, diletante...
E o sopro da verdade, em mares pútridos,
Falhou nas mãos da ladra e do pedante.
O esplendor da impunidade,
Erigimos num altar de sangue e morte...
Devaneio, trapaça e fraude,
Fazem que pro nosso eleito nada importe!
Látria estuprada,
E atrasada
Solve! Solve!
Brasil, de um Mal imenso, um laivo cínico,
De horror, desesperança, que fenece...
Se está largado ao léu, sulfuricítrico
É o gosto do puteiro que estremece.
Gigante pelos roubos da nobreza,
És sujo, inerte, infame, água de fosso,
E o teu perjúrio espelha essa baixeza...
Terra estuprada!
És um canil,
Triste Brasil,
Látria atrasada!
Dos atos deste espólio és pobre ardil,
Pátria inflada,
Brasil!
II
Deitado eternamente ao solo fétido,
À sombra do furtar de um vagabundo,
Figuras, ó Brasil, piada tétrica,
Iluminati a uns, a outros fundo...
Do que emperra a Justiça?
Teus heróis boçais legisladores;
Falsos duques, sem valia?
Magistrados de falácia e dissabores...
Pátria afanada,
Dilapidada,
Solve! Solve!
Brasil, de agouro, inferno seja vínculo
O larápio que te tem impregnado
De dor e de vergonha e de mácula...
Tapado o furo, nada foi investigado.
Mas se é podre tua justiça, vai que importe!
Verás que um filho teu é prostituta,
Nem sabe, pois te adora a pouca sorte...
Terra arrasada...
Entre o canil,
És tu, Brasil
Vara empestiada!
Dos falhos deste espólio és mão ladril,
Pátria inflada,
Brasil...
(Beto Ayres)

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