sábado, 23 de julho de 2016

Desabamentos de Marquises III

Gente, eu até iria fazer um vídeo pra falar disso, mas eu iria esquecer da metade do que tenho que dizer. Portanto, vou escrever mesmo. É sobre os desmoronamentos de marquises velhas e podres - as que caíram e as que cairão.
Ontem, no Jornal do Almoço (me esqueci de falar disso ontem), entrevistaram um "entendido" lá de Porto Alegre, alguém do governo municipal, que disse o seguinte (não lembro as palavras exatas, mas é aproximadamente isso):
"A responsabilidade é dos donos dos prédios. A Prefeitura não tem como arcar com todas as vistorias. Existe um DECRETO MUNICIPAL que passa a responsabilidade para os donos dos prédios (blá, blá, blá...)."
Gente... Desde quando um ente governamental pode fugir de uma responsabilidade como essa? CONSTRUÇÕES IMPLICAM A SEGURANÇA E AS VIDAS DAS PESSOAS! PREFEITURAS SERVEM PARA GARANTIR QUE AS MERDAS DAS CONSTRUÇÕES NÃO DESABEM SOBRE AS PESSOAS, E NÃO APENAS PARA RECOLHER IMPOSTOS E TAPAR VEZ QUE OUTRA UM BURACO NA RUA. Ela só cumpre seu papel - MAL E PORCAMENTE - quando exige o HABITE-SE. Só!
"Ah, mas o habite-se havia sido liberado..."
SIM! EM 1710!!!
Então, se o caso é esse, POR QUE OS MALDITOS LEGISLADORES NÃO CRIAM UM PROJETO QUE TEMPORIZA OS HABITE-SE??? Deveria, a cada 15 ou 20 anos, haver uma vistoria completa e uma nova liberação de Habite-se.
"Ah, mas seria oneroso..."
ONEROSAS SÃO AS MORTES, PARA OS FAMILIARES!
Outra coisa: DESDE QUANDO SE FOGE DE UMA RESPONSABILIDADE ATRAVÉS DE DECRETOS?
RESPONDA, PREFEITURA DE PORTO ALEGRE!
Assim fica fácil: o governador pode simplesmente "decretar" que a segurança pessoal de cada cidadão fique a seu cargo, e desobriga a polícia de proteger pessoas, por exemplo; os prefeitos poderiam "decretar" que os cidadãos da sua cidade tenham a obrigação de asfaltar suas ruas, desobrigando as prefeituras desse serviço... (se bem que já é assim!).
Cada vez mais, me decepciono com este país e com esta gente...
Aqui, desde o analfabeto até o doutorado, desde o operário até o diretor, desde o mendigo até o presidente - soma tudo e não dá um!

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