Os
Cós e os Cús
(Beto Ayres)
(Beto Ayres)
Aqui
o bicho pega;
Mas se é pego, nega;
Ladrão se chama gato;
Mas perde para o rato...
O porco cá domina
A casa-mãe suína;
Dá-se bem o lobo,
Fazendo-se de bobo...
Tudo tem o avesso;
E tudo tem um preço:
O cú do cura,
E o mal da cura;
O furtar na cama,
E o foder na grama;
Nação de jegues berrantes,
Zurrando à toa, delirantes;
Pátria de lobos canibais,
Para eles boa, até demais!
Reduto de ratos sorrateiros,
Que não pisam nos boeiros;
Sarau de macacos desajeitados,
Rindo enquanto são roubados...
Todos regidos por uma vara de porcos gordos e sujos,
Deslizantes caramujos...
E por uma canalha de harpias impensantes,
Que saqueiam seus filhotes inconstantes.
Mas se é pego, nega;
Ladrão se chama gato;
Mas perde para o rato...
O porco cá domina
A casa-mãe suína;
Dá-se bem o lobo,
Fazendo-se de bobo...
Tudo tem o avesso;
E tudo tem um preço:
O cú do cura,
E o mal da cura;
O furtar na cama,
E o foder na grama;
Nação de jegues berrantes,
Zurrando à toa, delirantes;
Pátria de lobos canibais,
Para eles boa, até demais!
Reduto de ratos sorrateiros,
Que não pisam nos boeiros;
Sarau de macacos desajeitados,
Rindo enquanto são roubados...
Todos regidos por uma vara de porcos gordos e sujos,
Deslizantes caramujos...
E por uma canalha de harpias impensantes,
Que saqueiam seus filhotes inconstantes.
14/01/16.
Nando Moura, Nando Moura...
Tua razão se resume
Em baldes de esgoto e chorume;
E a louca promessa vindoura,
Nas cerdas da tua vassoura,
Não terá mais que uns duzentos
Bons defensores jumentos...
E veja bem se não falho:
Quem só diz "merda" e "caralho"
Não terá, logo, argumentos.
Ô anta, besta, asno-paco,
Netinho da ditadura,
Tua fala até que é dura...
Mas tem o teu cérebro fraco
A compreensão de um macaco,
E a lógica d'um babuíno.
Louve teu mestre suíno...
Mas, antes que haja enganos,
Seu moleque de treze anos,
Pare de ser mau menino!
05/02/2016. 00:09 (no celular!)
Um
desastre aconteceu,
Certa
vez, nesta cidade:
Se
quebrou uma cambocha
E
isto foi real desastre!
Pois
a tal cambocha era
Cedida
e localizada
Por
um órgão de governo
A
uma pobre embaixada.
Não
quero mentir agora,
Nem
exagerar a fala,
Mas
quero deixar registrado
Que
foi tal a dificuldade...
Comunicou-se
à chefia,
E
a todos asseclas abaixo;
Também
fez-se por escrito
A
reclamação fundada,
Com
data, local e ocasião,
E
o que mais confirma e embasa;
E
enviou-se em oito vias
Aos
seis caciques da casa.
Todos
logo responderam:
“Medidas
serão tomadas!”
E
os demais corregedores
Concordaram
e assinaram.
Passaram-se
sete dias
Sem
uma cambocha instalada.
No
oitavo chega um cacique
Perguntando
qual a falha.
E
contou-se toda a história
De
uma cambocha estragada;
Prontamente
se mostrou
A
parte toda quebrada,
E
falou-se da importância
De
tê-la recuperada.
Então,
passou mais dez dias
Sem
cambocha e sem nada...
Houve
quem recusara-se
A
trabalhar nesta casa;
Mas
houve quem deu jeitinho,
Pois
a esperança não falha.
Passaram quatro semanas,
E
aquela cambocha ralada,
Por
um funcionário estranho,
Foi
então examinada...
O
sujeito franziu os olhos,
E
levou-a em sua mala.
Desde
ali não mais se viu
A
cambocha ou o que lhe valha.
Seis
semanas se passaram
E
cobrou-se, das camadas
Superiores,
as medidas
Necessárias
ao trabalho:
Pediu-se
cambocha nova,
Ou
a mesma, restaurada;
Fosse
nova, fosse velha,
Mas
alguma que nos valha!
Prontamente
responderam
Com
sorrisos e boas falas
Que
logo, no mesmo dia!,
Medidas
seriam tomadas!
Um
dia chegou um vivente,
Com
uma Cambocha na mala,
Não
era de segunda mão,
Era
nova, recém comprada;
Em
perfeito e bom estado,
Mas
não serviu ao trabalho
Com
bitola diferente,
Não
nos serviu foi em nada;
Com
muito dó, devolvida
Foi
a cambocha levada...
Só
sei que custava dois,
Mas
cem Reais a pagaram!
Outro
funcionário veio,
O
marceneiro da casa;
E
examinou o lugar
Onde
a cambocha ficava.
E
disse “sem a cambocha,
Estou
com as mãos atadas;
Pois
nada posso fazer,
Sem
ver o modelo da tralha.
Mas
fiquem bem sossegados,
Pois
será comunicado
À
chefia maior para ser
A
trama solucionada.”
E
se foi o marceneiro,
Foi-se
e nunca mais nada!
Passaram
mais uns dois meses
Até
vir nova empreitada:
Desta
vez, um encanador,
Quebrando
um galho na sala:
Pediu
pra ver a cambocha,
A
mesma que fora levada.
Disse
ele “nada posso
Fazer
sem ver a danada.
Preciso
ver o modelo,
Senão,
não posso ajudá-los!”
E
se foi este também.
Mais
dois meses se passaram...
E,
à chefia, novamente,
Cobrou-se
a ajuda ofertada.
Prontamente,
nos pediram
Por
escrito esta demanda...
Ok,
mais dez vias demos
Aos
oito chefes da casa.
E
uma ao governador;
E
uma a um deputado;
Outra
ao chefe de polícia;
E
mais outra foi ao Papa.
Mais
seis semanas passaram,
E
mais um filho da casa
Chegou
– era o eletricista,
Que
veio ajudar, e este fala:
“Eu
não trouxe um alicate,
Terei
que voltar co’a mala!
Amanhã
retornarei.”
E
levou uma semana...
Quando
voltou preparado,
Disse
não poder sanar –
Consertar
essa cambocha,
Pois
a bitola era a errada;
A
fita de medir era outra:
Em
metros, não polegadas!
E
os fios eram azuis –
De
vermelhos precisava!
Neste
ínterim levou
Mais
vinte dias sem nada.
Por fim,
retorna o vivente
Pra
dizer que fora engano:
A
tal cambocha não era
Movida
a eletricidade;
Portanto,
o assunto também
Fugia
de sua alçada...
Passaram
mais vinte dias,
E
a casa, desesperançada...
Mas
um servidor da faxina
De
pronto, pegou a escada!
Olhou,
olhou, e pensou,
E
deu quatro marteladas.
Por fim,
decidiu deixar
De
lado esta patuscada.
Pois
nem cambocha ele tinha;
E
nem martelo ou escada,
A
essa altura do jogo,
Ajudariam
em nada.
Um
dia, depois de meses,
Um
deputado se abala
Até
nossa pobre pocilga,
Dizendo
poder melhorá-la!
Porém,
“precisa dos votos
De
todos daquela casa...”
Senão,
não teria meios
De
dar-nos cambocha ou nada!
Agradecemos
a ajuda,
Mas
declinamos a paia.
E,
então, após vinte meses,
Outro
servidor se instala:
Este
era mui antigo,
E
conhecedor das malhas;
Mas
não pode ajudar muito,
Pois
sua visão era falha.
Ao
todo, foram chamados,
Pra
resolver a charada,
Quarenta
e dois entendidos,
E
vinte e seis estudados!
Um
dia, sem mais nem menos,
Pegou
fogo numa sala,
E
consumiu tudo, tudo,
E
até as vizinhas casas!
Não
sobrou pau sobre pau,
Nem
pedra não chamuscada!
Os
funcionários olhavam
Tristes,
sem fazer nada...
Mas,
eis que chega um cacique
Sorrindo
e com uma caixa...
E
a entrega aos pobres índios,
Que
olhavam a terra arrasada,
Dentro
havia algo novo:
Uma
cambocha dourada!
Comprada
em licitação,
E
pronta pra ser instalada.
28/01/2016.
Aécio
Neves pensa que é um Kennedy;
Akckmin
pensa que era a vez dele;
Beto
Richa pensa que é Hitler;
Fernando Haddad pensa que pode tudo;
FHC
pensa que abafou;
Sarney
ainda pensa que é Deus;
Bolsonaro
pensa que índio não é gente;
Marco
Feliciano pensa que a gente não sabe;
Sherazade
pensa que nos importamos com o que ela fala;
Lobão
pensa que é intelectual;
Olavo
de Carvalho também;
Kim Kataguiri pensa que tem algo a dizer;
Juliana Isen pensa que tem algo a mostrar;
Nando Moura pensa em gnomos sob efeito de alucinógenos;
Ronaldo Nazario simplesmente não pensa;
Pelé também não.
07/02/16
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