Esqueçamos as motivações. Esqueçamos os porquês. Suponhamos apenas que a decisão já está tomada.,
Vamos supor também que ele disponha de recursos, amigos e tempo (se o ato acontecesse durante uma batalha, poderia sim ser mais rápido e improvisado, mas não no exemplo abaixo).
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O servo (samurai, bushi, guerreiro), tendo tempo e recursos para tal, prepara a cerimônia.
O local é escolhido pelo servo (sua casa, seu jardim, a casa de alguém que ele admira).
Após isso, dispondo ele de amigos, escolhe-se as testemunhas, e o padrinho (também chamado de "segundo" ou "assistente").
O servo banha-se demoradamente e veste-se de branco, para que não reste dúvidas de sua decisão.
O local terá uma esteira retangular para o servo acomodar-se (samurais sentavam-se sobre os joelhos).
Ali, haverá o patrono (dono da casa, pai do servo, líder, comandante, alguém importante) assistindo de um lugar privilegiado, e cercado de seus vassalos.
Ao lado da esteira, haverá um padrinho (um samurai hábil, e da confiança do servo).
À frente da esteira, entre o servo e o patrono, estará o cataná do guerreiro, sua espada, a qual serviu a seu mestre em vida, embainhada e depoisitada horizontalmente no chão (o cataná até poderia ser usado no ato, mas geralmente, pelo tamanho grande, não seria tão prática. Geralmente se utiliza uma lâmina menor).
O servo, então, toma uma caneta e um papel e escreve seu último poema curto (Haikai).
Ele toma seu último gole de saquê ou chá.
Diz suas últimas palavras.
Então, o servo pega uma tanto (espécie de faca grande, sem tsubá),
ou waki-sashi (cataná curta), geralmente já desembainhada e com a lâmina envolta por um lenço de seda branca.
Pegando-a pela lâmina (sobre a seda, pois um servo jamais toca a lâmina de uma espada com a mão), ele a leva até seu ventre, e a empurra para dentro. Então, com a lâmina entre seus intestinos, o servo mexe com a tanto. Faz cortes em X, para que seus intestinos fiquem expostos (expondo assim sua "pureza de intenção", sua vontade de "se mostrar como realmente é"). A dor é intensa e lancinante durante a lasceração do ventre.
Por isso, entra em ação o padrinho. A essa altura o padrinho já derramou óleo fino sobre sua lâmina, e empunha seu cataná sobre a cabeça.
No momento em que o padrinho percebe que seu afilhado não está suportando mais a dor, sua espada desce num golpe rápido, único e certeiro, no pescoço do penitente. Contudo, a cabeça jamais deve ser separada do corpo - se isto acontecer, a vergonha manchará tanto o penitente e sua família quanto a honra do padrinho.
Após isso, o corpo é enterrado pelos familiares, e honrado com incensos.
Quaisquer que fossem os pecados ou erros do servo, estes foram perdoados por toda a sociedade.
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Uma curiosidade: Samurais mantinham templos para honrar os espíritos dos guerreiros que eles matavam em combate, na busca pelo perdão e pela concórdia com eles no outro mundo.
Vamos supor também que ele disponha de recursos, amigos e tempo (se o ato acontecesse durante uma batalha, poderia sim ser mais rápido e improvisado, mas não no exemplo abaixo).
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O servo (samurai, bushi, guerreiro), tendo tempo e recursos para tal, prepara a cerimônia.
O local é escolhido pelo servo (sua casa, seu jardim, a casa de alguém que ele admira).
Após isso, dispondo ele de amigos, escolhe-se as testemunhas, e o padrinho (também chamado de "segundo" ou "assistente").
O servo banha-se demoradamente e veste-se de branco, para que não reste dúvidas de sua decisão.
O local terá uma esteira retangular para o servo acomodar-se (samurais sentavam-se sobre os joelhos).
Ali, haverá o patrono (dono da casa, pai do servo, líder, comandante, alguém importante) assistindo de um lugar privilegiado, e cercado de seus vassalos.
Ao lado da esteira, haverá um padrinho (um samurai hábil, e da confiança do servo).
À frente da esteira, entre o servo e o patrono, estará o cataná do guerreiro, sua espada, a qual serviu a seu mestre em vida, embainhada e depoisitada horizontalmente no chão (o cataná até poderia ser usado no ato, mas geralmente, pelo tamanho grande, não seria tão prática. Geralmente se utiliza uma lâmina menor).
O servo, então, toma uma caneta e um papel e escreve seu último poema curto (Haikai).
Ele toma seu último gole de saquê ou chá.
Diz suas últimas palavras.
Então, o servo pega uma tanto (espécie de faca grande, sem tsubá),
ou waki-sashi (cataná curta), geralmente já desembainhada e com a lâmina envolta por um lenço de seda branca.
Pegando-a pela lâmina (sobre a seda, pois um servo jamais toca a lâmina de uma espada com a mão), ele a leva até seu ventre, e a empurra para dentro. Então, com a lâmina entre seus intestinos, o servo mexe com a tanto. Faz cortes em X, para que seus intestinos fiquem expostos (expondo assim sua "pureza de intenção", sua vontade de "se mostrar como realmente é"). A dor é intensa e lancinante durante a lasceração do ventre.
Por isso, entra em ação o padrinho. A essa altura o padrinho já derramou óleo fino sobre sua lâmina, e empunha seu cataná sobre a cabeça.
No momento em que o padrinho percebe que seu afilhado não está suportando mais a dor, sua espada desce num golpe rápido, único e certeiro, no pescoço do penitente. Contudo, a cabeça jamais deve ser separada do corpo - se isto acontecer, a vergonha manchará tanto o penitente e sua família quanto a honra do padrinho.
Após isso, o corpo é enterrado pelos familiares, e honrado com incensos.
Quaisquer que fossem os pecados ou erros do servo, estes foram perdoados por toda a sociedade.
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Uma curiosidade: Samurais mantinham templos para honrar os espíritos dos guerreiros que eles matavam em combate, na busca pelo perdão e pela concórdia com eles no outro mundo.
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